Sobre o livro
Palavra Presa na Garganta é mais do que o relato de uma época, é uma ode e um alerta; ode à inteligência do artista; alerta ao perigo da miopia social em que vivemos, mesmo depois de tanta luta.
A cada capítulo, detalhes de uma arte que solapava a rigidez da ditadura, enquanto a democracia aguardava com seu vestido cada dia mais curto. Eis que nasceu um outro dia e, quando chegou o momento, não cabia mais o amor reprimido, o grito contido, nem o samba no escuro.
Mas não esqueçamos, nem por um segundo, o que Marista Toledo nos apresenta com mestria neste livro: a luta daqueles dias, quando os tiros não conseguiram derrubar nossa poesia. É certo que, brutal, o sistema autoritário influenciou a sociedade e a obra dos artistas, mas não havia cálice capaz de silenciar o poeta, nem paralelepípedo que não se arrepiasse.
Atual e importante documento histórico, Palavra Presa na Garganta suscita o desejo de ouvir novamente e amiúde a obra de Chico Buarque de Hollanda, porque é lírico e real, é força bruta e é eu te amo, é acalanto e é acorda amor. É parte do que somos feitos, é a história que nos trouxe até aqui.